Alice Domingues
Comunidades sustentáveis surgem como opção de co-habitação harmônica
Comunidades alternativas, comunidades sustentáveis ou ecovilas. O termo não é o mais importante, e sim o propósito do que se quer alcançar. Dados apontam que já existem mais de 15 mil ecovilas em todo o mundo. Elas funcionam como um modelo real do futuro que muitas pessoas buscam fora da correria das cidades. As ecovilas são centros de aprendizado e de transformação, onde se experimentam soluções para viver em harmonia com os seres humanos e a natureza.
O termo ‘ecovila’ foi criado em um encontro em 1995, em Findhorn, no Reino Unido. Segundo definição do Wikipédia, as ecovilas são modelos de assentamento humano sustentável. Esse movimento de ecovilas vem crescendo gradualmente. O Centro de Pesquisa de Paz Tamera, em Portugal, por exemplo, desenvolveu um modelo de grande escala para a renaturalização da paisagem e produção de alimentos em cooperação. Hoje, 160 pessoas de várias partes do mundo vivem e estudam em Tamera. Entre outros, desenvolve-se um modelo concreto de uma aldeia auto-suficiente, chamada Aldeia Solar, que é um modelo habitacional sustentável ecológica e socialmente, que pode ser construído em qualquer parte do mundo com energia solar.
No Distrito Federal, as ecovilas já estão em trabalho de instalação. “Estamos criando um modelo de auto-sustentabilidade nos meio urbano e rural em algumas áreas para facilitar os projetos comunitários, destinados a apoiar a sobrevivência nas áreas urbanas mais pobres do DF, como Novo Gama e Itapoã”, explica o consultor do movimento Brasil Sem Pobreza e representante das ecovilas no mundo, Boris Petrovic.
Ao contrário da ideia de isolamento que é atribuída a elas, na maioria dos casos, as ecovilas têm em suas proposições a interação como impulso para uma melhor qualidade de vida e preservação ambiental para seu entorno. As pessoas que visitam essas comunidades podem verificar que existem formas mais eficientes e harmônicas de se organizar a vida humana na Terra, movidas por meio da cooperação, e não pela competição, tão pertinente no mundo capitalista.
Há muitas ecovilas em Pirenópolis e nas regiões de Alto Paraíso e chapadas. Mas, segundo Petrovic, o habitante da cidade perdeu o gerenciamento objetivo e o poder de decisão sobre os itens básicos para sua sobrevivência. Segundo ele, a sociedade precisa ser organizada para evitar somente consumir recursos e se reproduzir desordenadamente, sem planejamento. “A forma mais inteligente é organizar a população em habitações auto-sustentáveis e educá-la para o trabalho comunitário eficiente, onde a administração empresarial, em parceria com movimentos ecológicos, trabalhe para o suprimento dos itens básicos mais importantes para a sobrevivência humana”.
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