18 de junho de 2019

MP 871

A ordem democrática exige que as autoridades públicas pautem as suas palavras e atos pelo decoro. Aliás, isto é o que estampa o Art. 37, da Constituição Federal (CF), ao estabelecer os princípios que devem ser obedecidos pela administração pública e os seus administradores. 
Ao afirmar que os sindicatos são “a coisa que mais atrapalha o Brasil, pois a maioria legisla em causa própria”, o Senhor Presidente da República, a toda evidência, para além de rasgar o decoro, expressa desapreço pelos valores sociais do trabalho, que representam o quarto fundamento da República Federativa do Brasil, conforme o Art. 1º, inciso IV, da CF, e pelos sindicatos que se constituem na principal ferramenta de defesa de sua concretização. As palavras do Senhor Presidente caracterizam-se como prática antissindical, expressamente vedada pelo Art. 8º, da CF.
 Se o Senhor Presidente, antes de dizer tais impropérios, tivesse o zelo que se espera de quem ocupa esse cargo, de consultar a Declaração Universal dos Direitos Humanos- da qual o Brasil é signatário desde a sua aprovação em 1948-, o Art. 8º, da CF, e, ainda, os dados cadastrais da Secretaria de Relações do Trabalho- integrante do Ministério do Trabalho e Emprego (M T E), que ele extinguiu, no seu primeiro ato como Presidente-, em especial quanto às negociações coletivas de trabalho, ao menos, teria conhecimento da relevância social das organizações sindicais; e, com isso, mesmo não as apreciando, como sempre faz questão de demonstrar, pelo menos seria compelido a respeitá-las. 
Quem analisa o quadro sócio-político brasileiro, com o mínimo de decoro, ainda que não o queira, é forçado a concluir que, não são os sindicatos, as coisas que mais atrapalham o Brasil; são, isto sim, a ineficiência na gestão pública, o desemprego de mais de 13 milhões de pessoas, a corrupção e a retirada de direitos de quem trabalha, em benefício dos mais ricos, como já o fizeram a Emenda Constitucional (EC) N. 95/2016, a Lei N. 13467/2017- que aprova a reforma trabalhista-, e a PEC 6/2019, que visa a destruir as bases da seguridade social, o maior e mais eficaz instrumento de distribuição de renda, ao alcance da sociedade brasileira. 
Basta dizer que, em 4896 dos 5570 municípios brasileiros, os benefícios da previdência social, que a PEC 6/2019 quer reduzir ao mais insignificante patamar, representam a fronteira entre a miséria e dignidade, pois que são maiores do que tudo que aqueles arrecadam.

22 de junho de 2011

Vegetarianismo



Fernanda Azevedo


Mais que uma escolha do cardápio, uma nova filosofia de vida

Que as verduras e os outros alimentos produzidos na terra são mais saudáveis do que a carne, muitos já sabem. Uma dieta vegetariana é capaz de controlar os níveis de colesterol, reduzir o risco de doenças cardiovasculares e também evitar alguns tipos de Câncer.

O alimento de origem animal pode ser um grande vilão para o bom funcionamento do organismo do ser humano. Alguns animais criados para consumo humano são alimentados com uma grande quantidade de hormônios de crescimento e antibióticos para resistirem às doenças, sendo a carne que chega à mesa, muitas vezes, de má qualidade. A poluição dos mares e rios torna a carne de peixe igualmente insegura. Um terceiro ponto, duvidoso, são as graves doenças dos animais que afetam o ser humano, como a das vacas loucas ou a da gripe aviária.

Pensando nisso que muitas pessoas estão aderindo ao vegetarianismo. E as razões dessa adesão não param apenas na procura por hábitos alimentares mais saudáveis, mas também, amar e proteger os animais, e preservar o meio ambiente dos efeitos do consumo em massa de carne, são motivos suficientes para se tornar vegetariano.

Conforme a Associação Dietética Americana, alem de prevenir doenças crônicas, o simples ato de não comer carne retarda o envelhecimento. Pessoas vegetarianas vivem mais e tem uma velhice mais tranquila.

Apesar dos benefícios, ser vegetariano exige cuidados. Conforme a nutricionista Melanie Dessa, a dieta vegetariana exige que a pessoa encontre alimentos que substituem os componentes encontrados na carne, como proteínas, vitamina B12 e ferro. “A pessoa vegetariana pode ser muito saudável, desde que faça as substituições certas”, frisa a nutricionista.

A maioria dos vegetarianos consome lacticínios e ovos, mas existem aqueles que não ingerem ovos e ainda os que não consomem nenhum alimento de origem animal, esses últimos chamados veganos.

Segundo Melanie, alimentos que substituem bem a carne no organismo são a soja, tofu e tempeh, feitos a partir dos grãos da soja. Esses alimentos substituem muito bem a carne, o peixe, os ovos ou derivados lácteos, pois possuem elevado valor protéico. Eles contêm os oito aminoácidos essenciais, bem como vitaminas e minerais. O seitan, espécie de pão feito de farinha integral, também é uma ótima sugestão por seu valor nutricional. Há também os cereais, como aveia cevada e milho, ótimos substitutos para a carne também.

A nutricionista recomenda também, vegetais folhosos verdes escuros e feijão para substituir o ferro encontrado na carne, junto com limão ou outra fruta acida que tenha vitamina C, pois ajuda na digestão do componente. As algas que são vegetais marinhos, também são bastante procuradas pelos vegetarianos. E finalmente os frutos secos e sementes, alimentos extremamente ricos em proteínas, vitaminas e minerais que podem ser incorporados em uma dieta vegetariana, enriquecendo-a, como nozes, sementes de girassol ou abobora.

Ecovilas são a esperança de um mundo melhor

Alice Domingues

Comunidades sustentáveis surgem como opção de co-habitação harmônica

Comunidades alternativas, comunidades sustentáveis ou ecovilas. O termo não é o mais importante, e sim o propósito do que se quer alcançar. Dados apontam que já existem mais de 15 mil ecovilas em todo o mundo. Elas funcionam como um modelo real do futuro que muitas pessoas buscam fora da correria das cidades. As ecovilas são centros de aprendizado e de transformação, onde se experimentam soluções para viver em harmonia com os seres humanos e a natureza.

O termo ‘ecovila’ foi criado em um encontro em 1995, em Findhorn, no Reino Unido. Segundo definição do Wikipédia, as ecovilas são modelos de assentamento humano sustentável. Esse movimento de ecovilas vem crescendo gradualmente. O Centro de Pesquisa de Paz Tamera, em Portugal, por exemplo, desenvolveu um modelo de grande escala para a renaturalização da paisagem e produção de alimentos em cooperação. Hoje, 160 pessoas de várias partes do mundo vivem e estudam em Tamera. Entre outros, desenvolve-se um modelo concreto de uma aldeia auto-suficiente, chamada Aldeia Solar, que é um modelo habitacional sustentável ecológica e socialmente, que pode ser construído em qualquer parte do mundo com energia solar.

No Distrito Federal, as ecovilas já estão em trabalho de instalação. “Estamos criando um modelo de auto-sustentabilidade nos meio urbano e rural em algumas áreas para facilitar os projetos comunitários, destinados a apoiar a sobrevivência nas áreas urbanas mais pobres do DF, como Novo Gama e Itapoã”, explica o consultor do movimento Brasil Sem Pobreza e representante das ecovilas no mundo, Boris Petrovic.

Ao contrário da ideia de isolamento que é atribuída a elas, na maioria dos casos, as ecovilas têm em suas proposições a interação como impulso para uma melhor qualidade de vida e preservação ambiental para seu entorno. As pessoas que visitam essas comunidades podem verificar que existem formas mais eficientes e harmônicas de se organizar a vida humana na Terra, movidas por meio da cooperação, e não pela competição, tão pertinente no mundo capitalista.

Há muitas ecovilas em Pirenópolis e nas regiões de Alto Paraíso e chapadas. Mas, segundo Petrovic, o habitante da cidade perdeu o gerenciamento objetivo e o poder de decisão sobre os itens básicos para sua sobrevivência. Segundo ele, a sociedade precisa ser organizada para evitar somente consumir recursos e se reproduzir desordenadamente, sem planejamento. “A forma mais inteligente é organizar a população em habitações auto-sustentáveis e educá-la para o trabalho comunitário eficiente, onde a administração empresarial, em parceria com movimentos ecológicos, trabalhe para o suprimento dos itens básicos mais importantes para a sobrevivência humana”.

Televisão é o meio de comunicação mais utilizado

Alice Domingues


Pesquisa aponta que o veículo é a primeira fonte de informação na preferência dos brasileiros

O televisor está presente em 99,5% das casas dos brasileiros. Apesar do crescente aumento do uso da internet e dos celulares, que já somam 175 milhões de aparelhos, ainda é a televisão o meio de comunicação mais utilizado pela população, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com dados do Ibope/Nielsen, quase 74 milhões de brasileiros têm acesso a banda larga. Mas, mesmo assim, a internet ainda é inacessível a muitas regiões e apenas os grandes centros utilizam mais a rede do que a televisão. Dessa forma, quando o assunto é a escolha de uma fonte de informação, a TV sai na frente. O estudo TRU 2011, produzido pela TNS Research International, em 40 países, incluindo o Brasil, revela que a televisão é a primeira fonte de informação da maioria, correspondendo a 68% da preferência nacional.
O professor doutor da Universidade de Brasília, Fábio Henrique Pereira, lista os motivos pelos quais a televisão continua sendo o veículo de comunicação mais popular. “Primeiro, pelo número de usuários que têm acesso às duas mídias. A TV está presente em quase todos os lares brasileiros, enquanto a internet – por mais que tenha aumentado o número de internautas – é acessada por “apenas” 40 milhões de pessoas, menos de 1/4 da população brasileira”.
Além disso, existe uma diferença no consumo da TV e da internet. A televisão é voltada quase que exclusivamente para a difusão de produtos de comunicação, como telejornais, por exemplo. Já a internet permite também acesso a outros serviços “não-midiáticos”. O professor diz ainda que a internet, apesar de bastante utilizada, é um veículo recente se comparada à televisão. “A verdade é que essa história de que a internet estaria se tornando o principal meio de comunicação acabou virando uma espécie de mito, fundamentado, muitas vezes, nos hábitos de consumo de um grupo muito restrito de pessoas, jovens, de classe A e B, com formação superior, sem levar em conta os hábitos da maioria da população. Mudanças nos hábitos de consumo de mídia costumam ser mais lentas do que imaginamos”.